Com seus passados excluídos da história da humanidade, os caminhantes eram homens de grande fé, que tinham como forma de vida procurar incansavelmente o ser supremo da vida: A deusa de suas orações. Passando-se várias gerações de incansável procura, suas orações se enfraqueciam, sua crença diminuía. Camel, membro dos caminhantes há cinco anos se vê em uma situação difícil durante um ataque e para proteger os seus, se isola indefinidamente, para tentar viver sem se lembrar do passado, mas não adianta, pois o destino é inevitável.
Leer másEstava sendo um dia como qualquer outro. A floresta estava coberta pela neve, os animais não se atreviam a sair de suas tocas, os pássaros de seus ninhos e o rio de seu leito. Todos respeitavam o inverno. Todos menos Camel, que pisava no amontoado de neve com força como pisando em solo sagrado para ofender os deuses de outras pessoas.
Ele olhava de um lado para o outro, esperando ser atacado por algo que nunca atacaria, segurando seu arco com firmeza.
Seus cabelos escuros desgrenhados estavam duros devido a frieza, seus olhos astutos não paravam de se mover assim como o seu pescoço que continha a cicatriz das garras do lobo que o atacara quando criança.
Diziam que ele era o escolhido. Ele não acreditava muito naquilo. Mas mesmo com seus protestos no momento em que completara seus 15 anos sua tribo decidiu o jogar para os braços dos caminhantes como se ele fosse um fardo deles. Isso fora a 6 anos. E ele procurava não se lembrar.
Já fazia mais de uma semana que os caminhantes estavam naquela floresta gelada e Camel não sabia o porquê. Eles nunca contavam, ele não estava completamente dentro do grupo.
Camel soprou o ar frio e a fumaça gelada saiu de sua boca.
Aquele lugar parecia estar ficando mais congelante com o passar dos anos. Nem mesmo a sua roupa feita de pele de urso marrom não conseguia aquecê-lo como outrora. Os caminhantes iam para aquela floresta ao menos uma vez ao ano. Para quê? Camel ainda não sabia. Por isso ele ficava distante deles, para não se intrometer em seus ritos sagrados.
Ele escutou uma voz vinda da floresta atrapalhando seus pensamentos e em seguida a ignorou.
Já estava cansado daquilo, sempre que estava na floresta ouvia a mesma voz repetindo: por aqui, por aqui.
Quando era criança, havia caído na besteira de seguir a voz.
Curiosidade de criança. Curiosidade essa que quase lhe custou a vida.
Seguiu a voz para dentro de uma caverna e na caverna encontrou o maldito lobo. Nunca entendera o que o lobo estava fazendo longe de outros de sua espécie, só sabia que o lobo estava com muita fome naquele dia.
Aprendera naquele dia a não prestar atenção na voz. Ela vinha, mas ele o ignorava.
Camel achou que o melhor era voltar para o acampamento formado dos caminhantes e esquecer a voz. Estava caminhando lentamente e despreocupado.
Até que ele ouviu um silvo aterrorizante que mudaria para sempre o rumo da sua vida.
Já haviam passado 69 anos desde a despedida de Yulla e Cam. Quer dizer, a deusa Gaia nunca o abandonara, sempre estivera em seu coração e mente e quando ele tinha que tomar uma decisão difícil ela lhe dava uma iluminação.Cam, com 93 anos, era um homem vigoroso e muito sábio, já não era mais o líder dos caminhantes a 20 anos, mas sempre fora procurado para aconselhar líderes ou caminhantes mais novos.Era um senhor calmo, de fisionomia tranquila, seus cabelos era completamente brancos em um tom prateado, tinha uma barba grande e volumosa, seus olhos azuis olhavam as coisas com cuidado.Estava sentado em uma cadeira de madeira, na sua antiga cabana no meio da floresta virgem e suspiro
Yulla sabia.Yulla sabia desde o começo que sua missão nas terras do Coração da deusa não era apenas para se purificar, ou, no momento depois, para guiar os caminhantes. Cam não podia acreditar que havia sido enganado durante todo aquele tempo.Então era para aquilo que ele era o escolhido afinal: levar a deusa da luz ao seu destino final. Será se estava incluso ele se apaixonar por ela e sofrer por isso? Ele nunca saberia.Não tinha tempo para choramingar por aquilo, não poderia e nem deveria mostrar fraqueza no momento em que sua deusa mais precisava dele, focou agora toda a sua atenção para a frente. A sua espada começou a brilhar e vibrar descontroladamente e ele correu da
Sefiron andava atrás de Ereshkigal como um cãozinho atrás do seu dono. Estava tão fascinado que nem conseguia raciocinar direito, mas como poderia? Uma mulher bela, delicada e que o guiava para o lugar que ele mais ansiava ir e ele não ficaria encantado?!Ereshkigal já estava farta das bajulações daquele humano imprestável. Já achava q
Yulla não parava de se debater, não importava o quanto Cam e Rafahel tentasse segurar seus membros, ela sempre dava um jeito de se libertar e correr para fora do campo de visão deles, mas sempre era arrastada outra vez e jogada na maca improvisada que fizeram para ela. Seus gritos ecoavam por toda a floresta. E ela não parava de dizer a mesma coisa:– Gaia! Gaia! Gaia! – era sempre o mesmo nome.Seus olhos se reviravam e ela começava a escumar uma espuma amarelada. Seu corpo estava encharcado de suor, braços arranhados e coração prestes a explodir. Cam não sabia o que fazer, assim como os seus problemas corporais que começaram a surgir quando entrara nas terras sagradas ele não sabia como curá-la de alguma forma. Se sentia o ho
Sefiron se arrastou ao redor de uma pedra e escorregou em outra que estava cheia de musgo, sua mão ficou com um rasgo profundo e ele tentou cobrir com a outra tentando estancar o sangramento.Estava faminto, há dias que não se alimentava e chegar na margem daquele lago era um alivio incomensurável. Ele jogou um bocado de água, com gosto de sangue, na boca usando suas mãos em concha. Sua barba que antes era limpa estava desgrenhada e suja.Ele colocou mais água na garganta com sua sede ainda não acabada e de repente se viu chorando como uma criança assustada e perdida, o que bem poderia se verdade já que antes achava que tinha uma noção de direção, mas agora estava andando em uma direção que desconhecia. Parecia
Gritos estrangulados ecoaram pelos corredores do castelo, ninguém a vista para saber do que se tratava. Várias pancadas também foram ouvidas e o baque surdo de corpos caindo no piso liso e frio. Ereshkigal andava debochadamente pelo corredor manchando-o com o sangue que estava impregnado em seus pés. Ela lambeu os dedos das mãos sujando seus lábios e penetrando
Último capítulo