Sara acordou sentindo o peso acolhedor do braço de Vitório sobre sua cintura. A luz suave do amanhecer atravessava as cortinas pesadas, e o calor do corpo dele ainda a envolvia. Antes que ela pudesse se mover, sentiu os lábios do Don roçarem a curva de seu ombro.
— Bon jornu, me’ zingara… (Bom dia, minha cigana) — murmurou ele, a voz grave e rouca, os olhos negros queimando contra os dela.Sara abriu os olhos verdes, faiscando de satisfação, e sorriu, respondendo com um tom aveludado:— Buenos días, mi Don… (Bom dia, meu Don) — ela passou a ponta dos dedos pela barba cerrada dele. — Antes de bajar a desayunar… quiero ser amada otra vez. (Antes de descer para o café da manhã… quero ser amada novamente.)Vitório arqueou uma sobrancelha, o canto da boca se curvando num sorriso lento.— E tu pensi ca ti lassu scinniri senza fammi impazziri ancora ‘na vota, zingara? (E você acha que vou deixar você descer sem me enlouquecer mais uma vez, cigana?)