Uma semana depois
EDUARDO
O consultório era diferente de tudo o que eu imaginava. Colorido, com almofadas espalhadas pelo chão, brinquedos de madeira organizados em prateleiras baixas e uma parede inteira coberta por desenhos infantis. Enzo entrou segurando forte a mão da Sofia, os olhos atentos, como se estivesse atravessando um território desconhecido.
- Aqui parece uma sala de brincar - ele murmurou, baixinho.
Sofia sorriu e se abaixou ao lado dele.
- E é, meu amor. Só que aqui você também pode falar o que sente. Tudo mesmo. Sem medo.
A psicóloga apareceu com um sorriso calmo. Voz mansa, cabelo cacheado preso num coque solto, expressão tranquila que inspirava confiança.
- Oi, Enzo. Eu sou a tia Clara. Você pode me chamar assim, se quiser. Aqui é um espaço só seu. Você não precisa me contar nada que não queira, tá bem?
Ele assentiu devagar, ainda com os olhos arregalados. Depois olhou pra um canto da sala, onde havia uma mesinha com lápis de cor e folhas em branco.
- Posso desenhar