Alguns dias depois
SOFIA
Era sábado de manhã. O sol ainda subia no céu quando a campainha tocou. Eu estava na cozinha preparando o café quando ouvi a voz do Eduardo abrir a porta com o Enzo pendurado no pescoço, rindo de alguma coisa que tinha acabado de cochichar no ouvido do pai. Mas o riso morreu de repente. Fui até a sala e vi o motivo.
Era Isabella.
— Eu pensei em passar pra ver o Enzo. Trouxe uns livrinhos que ele vai gostar — ela disse, erguendo uma sacola colorida.
Eduardo ficou paralisado por um instante. Eu vi nos olhos dele a luta interna entre a educação e a proteção. E Enzo... bom, Enzo se encolheu, abraçando o pescoço do pai com força. Aquilo disse tudo.
— Filho? Você quer conversar com sua mãe? — Eduardo perguntou, com calma.
Enzo olhou pra mim, inseguro. Me aproximei devagar e me abaixei até ficar na altura dos olhos dele.
— Se você não quiser, pode dizer não, Enzo. Aqui, você sempre pode escolher — falei, deixando claro que ele tinha voz ali.
Ele respirou fundo, pensa