EDUARDO
A notícia chegou numa tarde sem cor. O céu estava encoberto, e o silêncio da casa parecia prenunciar o que estava por vir. O telefone vibrou em cima da mesa. Olhei o visor, respirei fundo antes de atender.
— Eduardo… — a voz do médico do outro lado da linha vacilava. — Isabella faleceu hoje. Dormiu e não acordou mais.
Por um momento, o tempo parou. Não ouvi mais nada. Só o som do meu próprio coração martelando dentro do peito. Forte. Doloroso. Incrédulo. Eu sabia que esse momento chegaria, mas quando a morte chega, nunca parece a hora certa.
Ela estava doente. O câncer no ovário tinha avançado depressa demais, com a violência silenciosa de algo que só se revela quando é tarde demais. Ela resistiu aos tratamentos até não poder mais. Quando finalmente aceitou ajuda, já era como tentar conter o mar com as mãos.
— Obrigado por me avisar — foi tudo o que consegui dizer. Minhas mãos tremiam quando desliguei.
Sofia estava na sala, sentada no sofá com Enzo no colo. Ela lia uma históri