SOFIA
O sol da manhã atravessava a cortina com delicadeza, banhando o quarto da maternidade numa luz dourada e quase sagrada. O silêncio ali dentro não era vazio — era cheio de significado. Era o som da vida se ajeitando, do amor se materializando em forma de dois pequenos milagres.
Mesmo exausta, com o corpo doído e o coração acelerado, eu não conseguia parar de sorrir. Luna e Gael dormiam tranquilamente em seus bercinhos ao lado da cama, tão pequenos que pareciam saídos de um sonho. Eu os observava como quem olha o pôr do sol pela primeira vez. Enzo, com os olhos marejados e o coração batendo fora do peito, estava sentado na poltrona, quase sem piscar.
— Eles são tão pequenos… — ele sussurrou, como quem fala de algo sagrado.
— E tão nossos… — respondi, sentindo a voz embargar de emoção.
Eduardo se aproximou com aquele olhar que só ele tinha — uma mistura de fascínio, medo e uma entrega absoluta. Ele passou o braço por trás dos meus ombros, me puxando pra perto como se quisesse colar