2 anos depois
SOFIA
O tempo passou. Não com pressa, nem em explosões repentinas. Passou como quem entende o valor de cada segundo. Como uma brisa morna que vai mudando as estações sem alarde, mas deixando marcas em cada folha que cai, em cada flor que desabrocha.
Quando percebi, Luna já caminhava pela casa com passinhos decididos, desajeitados e lindamente teimosos. Seus pezinhos batiam no chão com ritmo de liberdade, como se o mundo fosse pequeno demais pra tanta vontade de viver. Gael, com aqueles olhinhos de ternura e a voz em construção, balbuciava mamãe com um som que parecia música. Cada sílaba, um poema. Cada risada, um hino silencioso de que vencemos.
E Enzo… meu primeiro amor. Meu menino que já não era tão menino. Oito anos e um coração que parecia ter vivido mil. Era ele quem ajudava nos banhos, buscava fraldas, contava histórias improvisadas quando os gêmeos choravam, como se fosse o irmão mais velho mais importante do universo. E era.
— Quando eu crescer, vou construir uma