EDUARDO
Na manhã seguinte, recebo uma intimação judicial. A suposta Isabella entrou com um pedido de reconhecimento de identidade e requerimento de guarda compartilhada.
Sofia está ao meu lado quando leio cada linha. Meus olhos correm pelas palavras como se não quisessem aceitá-las, como se a cada sílaba meu mundo desmoronasse um pouco mais.
— Isso é um pesadelo — murmuro, a voz rouca, quase sem força.
Sinto o calor da mão de Sofia envolvendo a minha, um gesto que deveria me acalmar, mas só evidencia o quanto estou tremendo. Minha pele fria contrasta com a firmeza tranquila dos dedos dela.
— Temos que fazer um teste de DNA. Isso vai esclarecer tudo — diz ela com delicadeza, como quem tenta puxar alguém à tona de um naufrágio.
Fecho os olhos por um instante, inspirando o ar pesado que parece rasgar meus pulmões. Cada palavra dela faz sentido. Mas dentro de mim, a lógica trava uma batalha desesperada contra o medo, a raiva e a incredulidade.
— E se for ela? — pergunto, a voz falh