SOFIA
O chalé era um refúgio perfeito, cercado por montanhas imponentes, o silêncio da natureza invadia cada canto, e o cheiro da madeira queimava suave no ar. Mas, por mais que aquele cenário oferecesse paz, nada conseguia acalmar o nó apertado que sufocava meu estômago.
Enzo, com os olhos brilhando de curiosidade, correu para a varanda, encantado pelos passarinhos que dançavam no ar. Sua risada pura, os gritos de alegria e os dedos apontando para as árvores pareciam a coisa mais maravilhosa do mundo. Naquele instante, ele era um farol de luz no meio da escuridão que nos cercava.
Eu forcei a voz calma, preparei o lanche com cuidado, separei as roupas com mãos trêmulas e fiz carinho nos cabelos dele até que o sono o levasse. Por fora, serenidade. Por dentro, uma tempestade prestes a explodir.
Cada estalo na madeira lá fora fazia meu corpo inteiro se enrijecer, meus olhos disparavam para a porta, esperando um sinal, qualquer sinal. Cada vibração do celular fazia meu coração pular, o pe