SOFIA
Era arriscado. Era cruel. Mas era necessário.
O peso da decisão caiu sobre meu peito como uma âncora. Eu sabia que não conseguiria dormir até descobrir a verdade. Fernanda estava na minha casa. No meu lar. Tinha acesso ao meu filho. A mim. E talvez… ao nosso pior pesadelo.
Respirei fundo, com a mão tremendo ao pegar o celular. Meu coração batia como um tambor de guerra. Disquei o número dela com os olhos cravados nos de Eduardo. A ligação chamou três vezes antes de atender.
— Alô?
— Fernanda? É a Sofia.
— Oi, dona Sofia! Está tudo bem?
A voz dela era doce, prestativa. Como sempre. E isso me enojou.
— Tá sim… desculpa o susto da noite passada. A gente tá passando por uma fase difícil. Achamos melhor rever câmeras, protocolos, essas coisas. Você pode vir conversar? Só pra esclarecer umas coisas?
Houve uma pausa. Pequena, mas perceptível.
— Claro, dona Sofia. Estou à disposição.
Desliguei. Minha mão ainda segurava o telefone, mas eu não sentia os dedos. Virei-me para Eduardo, que m