Me Expulsaram da Alcateia, Agora Imploram Minha Volta
Quando meu pedido de conexão mental foi ignorado pelos meus pais pela vigésima vez, fui até o Conselho dos Lobisomens, apertando nas mãos o relatório sobre a corrosão por poeira de prata.
— Olá. Gostaria de renunciar à minha identidade na alcateia — com efeito imediato.
Dez minutos depois, meus pais invadiram o local, arrastando minha irmã adotiva mais nova, Elsa, com eles, o pânico estampado em seus rostos.
A porta se escancarou com um estrondo, e meu pai, um Beta, entrou como uma tempestade. Presas à mostra, garras tremendo.
— Você não passa de uma pirralha mimada querendo atenção! Pare com essa palhaçada patética. Você é uma vergonha para o nome de um Beta!
Minha mãe, especialista forense da alcateia, arrancou o relatório da minha mão assim que o viu. Após uma rápida olhada, soltou um riso frio.
— Você forjou esse relatório só pra chamar nossa atenção? Desde filhote você é uma mentirosa.
Elsa se agarrou aos dois, lágrimas nos olhos enquanto soluçava:
— Me desculpa, Jennifer. A culpa é minha por ter feito o ritual de transformação. Mas por favor... não minta pros nossos pais só pra deixá-los com culpa!
O sangue ainda escorria do meu nariz, mas eu o limpei com calma e voltei a me erguer diante dos conselheiros lobisomens.
— Já faz muito tempo que não tenho uma família de verdade. Por favor — removam todos os meus registros pessoais da alcateia. Eu só não quero que meu funeral — marcado para daqui a três dias — sofra atraso.