O Arrependimento dos Irmãos Depois Que Eu Parti
Na noite da minha primeira transformação, aos dezoito anos, meus dois irmãos mais velhos trouxeram para casa uma Ômega órfã de doze anos.
Meu irmão Alfa tomou à força a erva rara de cura na qual eu havia investido todas as minhas economias, ervas que deveriam aliviar minha primeira transição, e a entregou a ela.
— Você é forte o suficiente. — Rosnou ele. — Não precisa de ervas tão preciosas.
Meu irmão Beta rugiu de raiva, apontando para a porta:
— Saia! E não volte!
Não disse mais nada. Apenas peguei minha mochila que já estava pronta e parti.
Eles acharam que era só um capricho, que eu voltaria depois de alguns dias.
Livres, enfim, da minha presença, meus irmãos levaram a órfã para uma viagem internacional às ilhas do Caribe, destino com o qual eu sempre sonhara.
Muitos dias depois, quando retornaram à alcateia, ficaram chocados ao descobrir que eu havia aceitado uma oferta do Curandeiro-Chefe da alcateia vizinha. O cargo exigia quinze anos de pesquisa isolada em fitoterapia.
Eu jamais poderia voltar para casa.
Naquela noite, eles desmoronaram.