Glauco saiu do escritório. Achava absurdo o que estava sentindo. Ele, um chefe de clã, parado ao pé de uma escada com medo de enfrentar uma garota que, até pouco tempo, era uma desconhecida.
Olhou para o topo da escada e subiu firme, decidido, com seu habitual modo elegante de caminhar.
Tocou a maçaneta da porta e empurrou. Ficou surpreso. Esperava que estivesse trancada, já se preparava para isso.
Ainda na penumbra, da porta, viu a silhueta dela diante da janela, iluminada pela luz da lua.
— Vamos conversar. Disse firme. Não para se explicar, já havia concluído que, na sua posição, não devia fazer isso. Mas não queria que aquilo se arrastasse.
— Não precisa. Respondeu Amália, ainda olhando para fora. — Sou só uma aquisição qualquer, sem valor algum para você. Então apenas me trate assim. Não faça nada por mim. Será melhor para nós dois... quando chegar a hora.
— A hora? Glauco perguntou, franzindo as sobrancelhas.
— Quando eu me for.
Aquelas palavras o atingiram. Ele sabia do acordo.