Glauco acompanhou tudo em silêncio. Viu quando, no alto da escada, ela hesitou por um segundo... e lançou um olhar breve, carregado, para o retrato de Sofia, pendurado na parede. Depois, seguiu.
Ele ficou ali, imóvel. Um sorriso lento surgiu nos lábios.
Aquela era Amália.
E, por um lampejo, algo lhe ocorreu: seria aquilo... ciúmes?
Por que ela olhou para o retrato?
Pegou o guardanapo, limpou devagar o canto da boca e o deixou sobre a mesa. Caminhou lentamente até a escada. Subiu, passo a passo, como quem atravessa o próprio passado.
Parou diante da fotografia. A imagem de Sofia o fitava como sempre, elegante, enigmática.
Mas naquele momento... parecia distante, fria.
Pela primeira vez, o rosto dela não apertava o peito dele. Não doía.
Suspirou. Continuou em direção ao quarto. Abriu a porta devagar.
O som da água correndo o envolveu assim que entrou. Ouviu o chuveiro ligado. O vapor escapava pela fresta do banheiro.
Tirou a camisa. Depois os sapatos. Aproximou-se, em silêncio.
Do outro