No escritório, a conversa havia chegado ao fim.
Glauco observava em silêncio os papéis sobre a mesa, mas seus pensamentos já estavam em outro lugar, no que o dia anterior revelara... e no que ainda permanecia oculto.
Danilo se levantou e ajeitou a gola da camisa.
— Vai deixá-la ir pro tal curso de culinária? Perguntou casualmente, parando na porta.
Glauco ergueu os olhos, surpreso pela pergunta, mas respondeu sem hesitação:
— Sim. Ela vai.
Danilo assentiu, sem comentar nada além disso. Saiu com discrição, fechando a porta atrás de si.
No andar de cima, Amália havia voltado para o quarto. Sentia-se cansada, mas era um cansaço estranho, mais mental do que físico.
Desde que ouvira aquela conversa, algo nela se deslocava. O nome de Sofia ainda ecoava como um sussurro incômodo. “Nunca perdoei o que ele fez com a Sofia...” A frase martelava dentro dela, embora tentasse ignorá-la.
Quando ouviu passos no corredor, seu corpo reagiu antes dela processar. Endireitou-se. Fez-se de ocupada, reorga