Laerte a fitou em silêncio por alguns segundos, pensativo sobre por onde começar. Inspirou fundo antes de falar:

— Eu te procurava, Natália... mas não fazia ideia do que tinha acontecido com você. Achei que nós dois apenas tínhamos nos desencontrado. Sua voz soou pesada, carregada de lembranças.

Ele parou por um instante, voltando mentalmente ao dia em que Glauco entrou de repente em seu escritório. Um arrepio percorreu-lhe a espinha.

— Amália... ela foi levada no mesmo dia que você. Meu irmão a encontrou em um leilão. E quando ela contou a ele o que havia acontecido, começou a investigar... descobriu que os homens que fizeram isso com vocês usavam meus navios. Laerte trincou os dentes, a raiva e o remorso crescendo em seu peito. — Ele veio até mim, e então nos unimos para acabar com essa rede maldita.

Os olhos dele ardiam, a voz firme, quase um juramento:

— Foi graças a ele que consegui te resgatar. Mas o homem que te bateu... Damiano... o nome saiu quase como um veneno. — Ele era m