O trabalho na cozinha já estava frenético: talheres batendo contra pratos e panelas, torneiras abertas, o chefe dando ordens.
Os olhos de Glauco procuravam uma pessoa em específico. Observava cada canto, cada detalhe, qualquer coisa que pudesse pertencer a Amália.
Enquanto lhe mostravam a cozinha e ele fingia interesse, o coração afundava a cada passo. A frustração crescia quando não encontrava os olhos azuis que buscava.
Depois de ver tudo, até a despensa…
— Usem este cartão, a senha são os seis últimos números. Reformem, usem como capital de giro…
— Não podemos aceitar… Disse Gerardo, hesitante.
— Por favor, faço questão. A comida é boa, o atendimento excelente… Glauco insistiu, olhando para o relógio, aflito. Havia pouco tempo para a saída do trem. Agora teria que correr, estava atrasado, e não queria mais perder tempo. Seguiria para Lyon e encontraria Amália, custasse o que custasse, levasse o tempo que fosse.
Saiu deixando o cartão nas mãos de Dona Fátima. Os olhos da senhora per