A noite avançava.
Henrico voltava para Sorrento depois de pegar seu carro na balsa.
Amália seguia no trem, as bochechas molhadas pelas lágrimas, enquanto a voz de Glauco ecoava em sua mente:
"Te procurei por anos… anos. Toda a minha vida afundou naquele dia, quando vi aquele carro na ribanceira, quase todo dentro do mar… Vaguei como um louco noite adentro à sua procura, recolhendo suas coisas pelas rochas…”
O coração de Amália sangrava. Será que nunca seria amada? Alguém neste mundo se importaria com ela além de seu corpo? Alguém um dia seria capaz de amá-la verdadeiramente? Esses questionamentos traziam ainda mais dor.
Encolheu-se no canto do banco, o capuz cobrindo quase todo o rosto. Perguntava-se como Glauco havia reagido ao descobrir que ela não estava mais em casa, se é que já havia voltado.
Enquanto isso, Glauco percorria a cidade em busca do apartamento de Henrico. Tinha esperança de encontrar Amália ali. Ficaria furioso se fosse verdade, mas ao mesmo tempo aliviado, porque ha