Você me desmonta.
Salvatore
Nunca fui de chamar lugar nenhum de casa.
Nem quando era garoto e dormia em quartos emprestados. Nem quando virei homem e comecei a ter propriedades, carros, empregados. Nada disso me pertencia de verdade. Era só cenário de sobrevivência.
Mas naquela manhã, parado no batente da porta, vendo Giulia se enrolar na toalha depois do banho, com os cabelos molhados grudando nas costas, senti que, talvez, eu finalmente tivesse encontrado o que sempre procurei.
Ela olhou pra mim e sorriu. Não aquele sorriso cauteloso do começo. Era um sorriso leve. De quem está bem onde está. E, porra… Aquilo me desmontava.
Caminhei até ela, puxei a toalha de leve, deixando a pele quente exposta. Beijei seu ombro. O pescoço. O canto da boca.
— Bom dia, amore mio — murmurei.
Ela riu baixinho, se encaixando em mim como se fosse destino.
Ali, naquela nova casa, naquela nova cama, tudo era diferente. Pela primeira vez, eu não queria controlar. Não queria mandar. Queria viver. E queria que fosse com ela.