Ainda consigo me lembrar vividamente do dia em que tudo começou, do momento em que pisei naquele palacete, no início da minha ruína. As mãos delicadas de Helen Wills apertavam as minhas, e eu sentia o medo pulsando em minhas veias. Helen, a irmã mais velha de minha falecida mãe, era uma das últimas pessoas vivas de minha família, de nossa linhagem. — Eu estou com medo, tia Helen… — sussurrei, a voz trêmula. E ela me lançou um olhar severo. — Deixe de frescuras, Camille — retrucou ela, com firmeza. — Não temos escolhas. Não há mais lugar para você em nossa casa. Seus pais morreram, e você sabe qual é o seu dever como ômega, como a última herdeira dos Larsen. Eu era apenas uma criança, mas compreendia as palavras que saíam da boca de Helen, era como se fossem um feitiço, ela as repetia todas as noites, antes de eu dormir, como se quisesse gravá-las em minha mente. A sobrevivência de nossa linhagem dependia de procriação, mas não com qualquer pessoa. Apenas com aquele que detivesse mais poder: um Alfa da família Imperial Yanes. — A partir de hoje, você viverá com a família dos condes Ingraf — anunciou Helen, praticamente me arrastando pelo jardim. — Crescerá junto a suas filhas e aprenderá seus costumes até que chegue a hora de seu casamento. Como a última jovem dos Larsen, você precisa nos honrar. Ela parou abruptamente, segurando meus pequenos e frágeis braços com força. Seus olhos me encararam de forma impiedosa. — O futuro de nossa família depende de você — sussurrou. — Você tem noção de como isso é importante? De como sua mãe ficaria orgulhosa? Não havia um dia sequer em que eu não lembrasse daquelas palavras.
Leer másCamille Larsen
Ainda consigo me lembrar vividamente do dia em que tudo começou, do momento em que pisei naquele palacete, no início da minha ruína.
As mãos delicadas de Helen Wills apertavam as minhas, e eu sentia o medo pulsando em minhas veias. Helen, a irmã mais velha de minha falecida mãe, era uma das últimas pessoas vivas de minha família, de nossa linhagem.
— Eu estou com medo, tia Helen… — sussurrei, a voz trêmula. E ela me lançou um olhar severo.
— Deixe de frescuras, Camille — retrucou ela, com firmeza. — Não temos escolhas. Não há mais lugar para você em nossa casa. Seus pais morreram, e você sabe qual é o seu dever como ômega, como a última herdeira dos Larsen.
Eu era apenas uma criança, mas compreendia as palavras que saíam da boca de Helen, era como se fossem um feitiço, ela as repetia todas as noites, antes de eu dormir, como se quisesse gravá-las em minha mente. A sobrevivência de nossa linhagem dependia de procriação, mas não com qualquer pessoa. Apenas com aquele que detivesse mais poder: um Alfa da família Imperial Yanes.
— A partir de hoje, você viverá com a família dos condes Ingraf — anunciou Helen, praticamente me arrastando pelo jardim. — Crescerá junto a suas filhas e aprenderá seus costumes até que chegue a hora de seu casamento. Como a última jovem dos Larsen, você precisa nos honrar.
Ela parou abruptamente, segurando meus pequenos e frágeis braços com força. Seus olhos me encararam de forma impiedosa.
— O futuro de nossa família depende de você — sussurrou. — Você tem noção de como isso é importante? De como sua mãe ficaria orgulhosa?
Não havia um dia sequer em que eu não lembrasse daquelas palavras.
Mamãe… será mesmo? Você realmente ficaria orgulhosa de mim agora?
— Por favor, vossa majestade, fique acordada… continue fazendo força, logo o bebê irá nascer… — A voz aflita da parteira arrastou minha consciência de volta ao presente, e eu continuei, gritei e agarrei forte a cabeceira da cama enquanto fazia força, meu corpo tremia como se fosse sucumbir, era doloroso demais, sofrido demais, e mesmo já conhecendo aquela dor, tendo passado por aquele inferno outras vezes, eu sabia que podia piorar, que não tinha dor pior no mundo do que pegar seu filho falecido nos braços.
Eu rezava todas as noites por eles, para estarem bem junto a Deusa.
Eu orava todos os dias antes de dormir, clamava a lua para que me abençoasse, que me permitisse ouvir o choro vivido de cada filho que eu carregava em meu ventre, era tudo que eu queria, pois eu sabia que só seria realmente feliz quando isso acontecesse.
— Força! Já estou conseguindo ver a cabeça! — Estava tudo enlaçado à minha volta, minha força parecia querer desaparecer, e a única coisa que me mantinha consciente era ele, meu filho, a vontade de tê-lo em meus braços.
Minhas unhas cravavam cada vez mais na madeira a medida que as contrações vinham, e quando eu pensei que não daria conta, quando eu imaginei que fosse tarde demais, pude ouvir o som que tanto sonhei, era como se a dor sumisse junto ao peso que martelava meu peito, eu sorri, e aquelas lágrimas que escorriam em meu rosto não eram mais de dor.
— Meu filho… Meu pequeno filhote… — Eu sussurrei fraca, quase implorando, esticando meus braços para segurá- lo, e quando ele foi posto sobre mim, entendi que aquilo que eu sentia, era amor de verdade.
Seu choro era cheio de vida, assim como sua pele era rosada e viçosa, meu bebe estava vivo, e era saudável, um belo garoto cheio de saúde, e o próximo herdeiro na linha de sucessão.
Assim que meus olhos repousaram sobre ele, eu senti paz, seus pequenos olhos se abriram e então se encontraram com os meus, e naquele instante ele parou de chorar, foi como se ele me reconhecesse, como se ele soubesse quem eu era.
Eu queria sorrir, gargalhar, levantar daquela cama ensanguentada e dançar de felicidade, mas havia algo errado, algo que eu não havia reparado antes, talvez por conta da euforia, mas olhando novamente ao redor, com atenção, eu podia ver expressão de espanto no rosto de todos que estavam ao redor, das parteiras, dos sacerdotes e dos serviçais.
Diferente de mim, eles não pareciam felizes, e no lugar de um sorriso, era possivel ver preocupação estampado em seus rostos.
— Chame sua majestade Imperial rápido… diga a ele que seu filho nasceu… — O sacerdote do templo de Oblyo falou com a voz trêmula, como se as palavras tivessem arranhado sua garganta, ele se virou para mim, e eu então pude sentir, a dor… Ela não havia passado, e apenas de olhar para a face apreensiva dele, me fazia ter mais certeza ainda, que algo estava muito errado.
Eu fechei meus olhos, apertando forte meu filho contra meu corpo, sentindo seu calor, sua respiração, e rezei novamente, clamei a Deusa com todas minhas forças para que tudo ficasse bem, que ela me curasse e permitisse que eu pudesse ter o prazer de viver com aquele pequeno ser abençoado, mas diferente do que pedi, não foi ela que veio até mim, e sim aquele maldito sacerdote, que arrancou meu pequeno filho de meus braços, como se ele nunca tivesse pertencido a mim.
— O Império agradece, vossa majestade imperial, somos todos gratos pelo seu sacrifício. — Ele falou cabisbaixo, fazendo uma reverência, assim como todos os outros que estavam presentes naquele imenso quarto decorado, e minha cabeça rodopiou.
— Por favor… Devolva meu filho.. — Eu falei indignada, ainda sem entender o'que tudo aquilo significava.
Gratos? Sacrifício? Aquilo só podia ser uma piada, uma brincadeira de muito mal gosto.
Somente quando ele recusou a entregar o meu bebe, e eu insisti em levantar, que eu soube.
— Minha Lady.. Não faça muito esforço… dessa forma seu tempo irá encurtar.. — Uma das parteiras me segurou, me impedindo de cair no chão por conta da fraqueza, e ao olhar sobre a cama pude ver que ela estava mais molhada que antes, mais tingida de vermelho.
O sangue não parava de escorrer.
— Eu.. Vou ficar bem… — Eu gritei ferozmente, com o resto das forças que me restavam — Agora, me entregue meu filho! — Eu estendi meus braços, aguardando meu filhote, mas tudo ficou silencioso, era como se eu não tivesse mais voz ali, eles apenas me olhavam como se eu simplesmente não tivesse mais nenhum poder, o único que parecia se importar, era meu bebê, meu filho… Alexandre… Esse seria seu nome.
Desde que ele havia sido tirado de meus braços não parava de chorar.
— Querida Camille, oque está fazendo? Você precisa descansar.. — Uma voz familiar soou através da porta, o'que fez meus olhos seguiram quase que automaticamente, e eu pude ver Lindsey Ingraf, uma das filhas do Conde do palacete em que cresci, ela estava bem vestida, com um caro e luxuoso vestido incrustado de pedras preciosas, era como se ela estivesse pronta para um baile da nobreza, e a seu lado, estava Adiel Viegas, o Imperador do reino de Lyra, meu marido.
Os dois estavam lado a lado, de uma forma que se eu não os conhecesse bem, diria até mesmo que eram amantes.
Eu me recusei a acreditar há muito tempo, me mantive cega, pensando que talvez tudo não passasse de delírios da minha mente fértil, mas eu estava enganada, tudo aquilo era tão real quanto o sol e a luz do dia.
— Sua majestade Imperial.. — O velho sacerdote se virou em direção à porta, tão surpreso quanto eu, e reverenciou, estendendo seus braços segurando meu pequeno Alexandre, mostrando ele a seu pai.
Adiel sequer me olhou, apenas seguiu até o velho, pegando o bebe nos braços, já eu, era como se eu fosse invisível, como se não passasse de um dos demais objetos e moveis daquele belo aposento, ele sequer olhou para mim.
— Querido… ele é sua cara…— Lindsey falou, agarrada ao braço de Adiel. Ela olhou diretamente para mim, com um sorriso no rosto, um sorriso que eu conhecia bem o significado.
— Adiel?! Oque isso significa? — Eu gritei ainda ofegante, sentindo minhas forças se esgotando, minhas pernas ficando cada vez mais bambas e minha visão turva. — Oque Lady Lindsey está fazendo no palácio? — Eu usei o resto de minhas forças para questionar.
Não podia ser verdade, tudo aquilo, todas aquelas vezes que desconfiei dos dois, só podia ser invenção de minha mente… Não podia ser real…
— Camille… Não faça alarde… — ele me olhou de forma fria, com aquele mesmo ar arrogante de sempre, — Já fui informado sobre sua situação… Infelizmente.. Não há nada que possamos fazer… — Ele continuou, mudando seu olhar para o bebê, que agora parecia ter se acalmado. — Pelo menos dessa vez, você fez seu trabalho direito.
Quando ele disse aquelas palavras, foi como se uma lança me atravessasse, e minha alma fosse jogada no mais profundo e frio oceano.
— Eu fiz? Meu trabalho direito? — Eu repeti aquelas palavras com receio de ouvir uma resposta.
Meu corpo já não suportava se manter de pé, e então eu caí na cama novamente, na mesma poça carmesim a qual estava deitada antes.
— Esse era o único motivo de você estar aqui.. Sua única função, e sendo sincero.. Eu quase pensei que você não conseguiria.. Já estava cansado de esperar, cansado de ouvir seus lamentos, suas desculpas, pelo menos dessa vez você conseguiu. — Meu corpo congelou, e ouvi-lo soltar aquelas dolorosas palavras só fazia meu corpo gelar ainda mais.
— Você disse que me amav.. — Antes mesmo que eu pudesse terminar a frase, Adiel me interrompeu, e um nó tampou minha garganta.
— Nunca se tratou de amor… você sempre soube de sua função — Adiel falou, com toda autoridade que tinha, como se não quisesse me ouvir, como se não quisesse que os outros ouvissem.
— Você disse que me AMAVA! Nas noites que passamos juntos, nos jantares e nos bailes… você disse.. — Senti a raiva sobre minha pele, minha respiração ficar pesada.
Não podia ser real, minha vida inteira servindo a um império e imperador que achei que me amasse, que se importava comigo.
Agora eu enxergava, ele não me amava, ele nunca me amou.
Meu mundo parecia estar sendo engolido pela escuridão, e tudo que eu achava saber, se tornou em um enorme ponto de interrogação.
Antes que tudo ficasse escuro, antes que o som do choro do amado filho sumisse da minha mente, pude ver Lindsey se aproximar de mim, e com o pretexto de se despedir, de me dar um beijo de despedida, ela falou em ouvido. — Se não fosse sua linhagem… se não fosse seu maldito sangue dourado, seria eu a mãe dessa criança.. Agora, morra! E veja, independente de onde sua alma esteja, enquanto seu corpo apodrece esquecido debaixo da terra, eu criá-lo como se fosse meu.
Eu queria gritar, queria avançar naquela desgraçada que se dizia ser minha irmã e rasgar sua garganta. Eu deveria ter percebido, todos aqueles conselhos amaldiçoados, todas aquelas opiniões que só me faziam sofrer, ela tinha feito tudo aquilo de propósito, desde o início.
Se eu pudesse voltar, se a Deusa me permitisse mais uma chance, eu faria de tudo para ter meu filho de volta.Lindsey IngrafA cena diante de mim era, no mínimo, inesperada. Eu não sabia o que esperar ao seguir Ivy apressadamente pelo corredor — talvez um confronto exagerado ou um novo capítulo em nossa disputa silenciosa. Mas o que encontrei fez meu sangue congelar por um instante.Sebastian Jaeger. O cavaleiro bastardo.Ele estava ali, ajoelhado diante de Alexandre, rindo como se fosse um homem comum. Como se tivesse um coração.Eu pisquei, tentando absorver a cena. O cavaleiro mascarado que carregava consigo a reputação de ser um dos homens mais cruéis e letais do império estava brincando com uma criança. Era quase cômico, mas também profundamente intrigante. Como algo assim podia ser real?Alexandre segurava um brinquedo de madeira, rindo alto, e por um momento, parecia que o tempo tinha parado. Eu observei o rosto de Sebastian, que geralmente era tão inexpressivo, suavizar-se em algo que quase poderia ser descrito como ternura. Foi uma cena tão desconcertante que precisei de alguns segun
Sebastian JaegerO sol já estava alto quando me encaminhei para o salão onde o chá aconteceria. Cada passo parecia ecoar mais alto do que o normal, um lembrete constante de que eu não deveria estar ali.Aquilo não deveria ser problema meu, muito pelo contrário, deveria ser eu a pessoa que estava colocando a vida de Ivy em risco, não a protegendo. E ainda assim, ali estava eu, guiado por algo que não conseguia controlar.Atravessar o palácio sem ser questionado era um jogo perigoso. Eu sabia que podia surgir especulações, perguntas sobre oque eu fazia ali, mas não importava.Guardas me viam, mas desviavam o olhar rapidamente, intimidados pela presença que eu carregava. Nenhum deles ousava perguntar o que eu estava fazendo ali, ou se eu havia sido convidado.“ Cães de guarda inúteis.” Pensei, vendo como era simples passar por eles.Enquanto dobrava um corredor mais afastado, um som abafado chamou minha atenção. Parecia um soluço. Meus passos diminuíram, e virei para ver uma pequena cr
Ivy CalleyaA viagem até o palácio pareceu durar uma eternidade, embora a carruagem seguisse em um ritmo constante. Meus dedos tamborilavam sem parar contra o estofado enquanto minha mente girava ao redor de um único pensamento: Lindsey.Por que ela havia me chamado? Seu pedido de desculpas não me convencia nem um pouco. Ela queria algo. Sempre queria algo. A carta estava impregnada com o mesmo veneno que sua voz carregava, mesmo sob a fina camada de educação e boas maneiras.“Conhecer melhor”, ela disse. Como se alguém como Lindsey quisesse amizade.— O que você está tramando agora? — murmurei para mim mesma.Ao meu lado, sentado com uma postura firme, estava Leroy. Seu rosto estoico e olhar atento me davam uma única sensação de segurança. Leroy era o único em quem eu podia confiar para entrar comigo em território inimigo. Ele sabia o peso daquela viagem tanto quanto eu.— Tudo está bem, princesa? — ele perguntou baixo, sem desviar os olhos da janela.Eu suspirei, respondendo com um
Sebastian JaegerO som das minhas botas ecoava pelos corredores do palácio, cada passo mais rápido e mais furioso do que o anterior. Minha respiração estava pesada, o peito apertado em uma mistura corrosiva de raiva e preocupação. Ivy não estava mais no meu quarto, e isso não fazia sentido.“Onde diabos ela foi?”Eu não podia perguntar a ninguém. Cada rosto que cruzava comigo era o rosto de um inimigo em potencial, se oque Adiel havia dito fosse verdade, havia assassinos disfarçados em todas as partes, e eu, não podia me dar o luxo de deslizar.Durante o dia, passei por serviçais que limpavam o chão, por nobres que cochichavam em voz baixa e desviavam os olhos assim que me viam. Cada olhar evitado, cada respiração contida, apenas me irritava mais.Ela podia estar sozinha em algum lugar de Lyra.O meu lobo rugia dentro de mim, inquieto, querendo correr pelos corredores à procura dela.“Calma. Controle-se.”Não podia perder a cabeça. Ainda não.Virei mais um corredor, a raiva borbulhan
Sebastian JaegerLevantei-me da cama com movimentos controlados, cuidando para não olhar para trás. Aquela mulher ainda estava ali, fingindo dormir, mas eu sabia que ela me observava, atenta a cada movimento.Eu não sabia nada sobre ela além de seu nome, mas algo dentro de mim, parecia conhecê-la melhor do que qualquer outra pessoa.“ Então esse é o vínculo entre dois lobos? “ Pensei, sentindo meu peito se aquecer só de olhá-la, era a primeira vez que sentia algo do tipo, que sentia paz estando ao lado de alguém, parte de mim queria distância daquele sentimento novo, daquela sensação que era diferente de tudo que eu havia sentido na vida, enquanto o outro lado, ansiava por tranquilidade, conforto e paz, algo que era impossível de se ter quando é odiado pelos outros, ao ser o filho bastardo de alguém.Decidi focar, eu ainda tinha trabalho a fazer.Como não fui ao encontro de Adiel no baile, para pegar o restante das infirmações de quem eu deveria matar, eu julgava que seria esse o motiv
Ivy CalleyaAs primeiras luzes da manhã entravam pelas janelas do meu quarto, mas eu mal conseguia relaxar. A noite havia sido longa, e meu corpo estava exausto, mas minha mente parecia presa em um amaranhado de pensamentos que não me deixavam descansar.“Sebastian…”O nome dele ecoava em minha cabeça como uma melodia perigosa.Eu ainda podia sentir o calor de suas mãos em minha pele, ouvir sua voz rouca em meu ouvido, era como se cada toque seu tivesse sido gravado em meu corpo, de uma maneira que eu não conseguia mais escapar, esquecer.O vínculo que havíamos compartilhado durante o baile me assustava tanto quanto me atraía. Havia algo nele — algo cru, indomável e completamente diferente de qualquer coisa que eu já havia sentido.O corpo de Ivy… ou melhor, o meu novo corpo, havia esperado anos por aquele momento, pelo dia que encontraria seu par destinado, sua alma gêmea, e aquilo estava queimando de uma forma tão intensa dentro de mim, que chegava a ser incontrolável.Os lobos têm
Último capítulo