Victor cumprira a ordem do Conselho. A lua cheia seguinte testemunhara a libertação das jovens humanas sequestradas, devolvidas às suas famílias com memórias confusas e marcas profundas que jamais se apagariam. A decisão dera ao Conselho e à Rainha Annabelle um fôlego, um alívio momentâneo diante da ameaça de guerra. O próprio Júlio, súdito fiel de Victor, organizara a entrega das garotas e garantira aos emissários que não haveria mais vítimas.
Mas o que ninguém sabia era que a fome de um rei não desaparece com decretos. Victor, mesmo contendo sua fúria diante do olhar da Rainha e da maldição-lunar lançada pela bruxa Eva, não conseguia apagar a sede que o corroía por dentro. O sangue humano — especialmente das ruivas, lembranças vivas da companheira perdida — era para ele um veneno e uma cura ao mesmo tempo.
Durante anos, ele manteve o juramento na superfície. Nenhuma jovem mais foi sequestrada abertamente por vampiros de sua corte. Nenhum relatório chegou ao Conselho. Nenhum rumor es