O silêncio era quase absoluto na mansão, exceto pelo leve estalar da madeira quando meus pés descalços tocavam o chão polido do corredor. A noite em Palermo era sempre quente, mas dentro da casa, um frio incômodo se espalhava pelos longos corredores vazios. Luca havia saído para uma reunião com o Conselho da Cosa Nostra, e eu estava sozinha.
Ou quase.
Quando disse a ele que gostaria de ajudar e descobrir mais sobre toda a traição que tínhamos sofrido, estava falando sério. Mas para isso eu precisava saber mais, precisava ir além da relação com meu marido, e descobrir segredos que as paredes dessa mansão guardavam.
Minha pele se arrepiou quando passei pela saída lateral, onde a luz fraca de um poste do lado de fora jogava sombras alongadas contra as paredes. A mansão era grande demais para uma única pessoa, e o silêncio fazia minha mente criar ruídos inexistentes. Respirei fundo e continuei descendo até a cozinha.
O aroma de ervas frescas e pão recém-assado me envolveu assim que entrei