O frio da sala me envolvia como uma jaula invisível. O ar carregado com o cheiro de tabaco e couro, misturado ao perfume amadeirado de Aslan, fazia minha pele arrepiar. Eu estava sentada em uma poltrona de couro escuro, diante dele, com um copo de vodka intocado sobre a mesa. Meu estômago revirava com a tensão, mas eu mantinha minha expressão impassível.
Aslan me observava com olhos predatórios, um sorriso preguiçoso brincando em seus lábios. Ele se recostou na cadeira, cruzando os dedos sobre a mesa.
— Você é mais corajosa do que imaginei, devo admitir — ele murmurou, inclinando levemente a cabeça. — Eu esperava que Luca fosse te trancar em uma jaula de ouro. Mas você veio sozinha.
Cruzei os braços, sustentando seu olhar.
— Eu vim porque essa guerra precisa acabar. Você já conseguiu o que queria. Agora, solte a mãe de Luca.
Aslan riu, um som grave e carregado de desprezo. Ele se levantou, caminhando lentamente ao redor da mesa. Cada passo seu ressoava como um aviso.
— Você ainda não