O quarto de hospital estava aquecido, iluminado por uma luz suave que atravessava as cortinas brancas. O ar tinha o cheiro delicado de loção infantil misturado ao aroma limpo do ambiente. Harriet estava sentada na cama, o corpo ainda levemente frágil, mas seu rosto estava iluminado. Radiante. Nos braços dela, o bebê dormia tranquilamente, com as mãozinhas fechadas num punho pequeno demais para o mundo.
— Você está radiante, Harriet — eu disse, aproximando-me devagar, como se pudesse acordar o bebê apenas com o som da minha respiração.
Harriet sorriu, exausta e plena ao mesmo tempo.
— Estou bem. Logo devo ir para casa.
Sentei na cadeira ao lado da cama, apoiando o queixo nas mãos enquanto a observava.
— Quer alguma coisa? Posso trazer o que precisar.
Ela balançou a cabeça.
— Está tudo bem. As enfermeiras são bastante prestativas.
Ficamos em silêncio por alguns segundos, apenas ouvindo a respiração calma do bebê. Mas então, Harriet ergueu o olhar para mim, sustentan