LUCILE
O corredor do hospital tinha aquele cheiro inconfundível de limpeza misturado com flores recém-colocadas nos vasos da recepção. Eu respirava fundo, tentando organizar a mente e o corpo, ainda sentindo o calor que Russ deixou em mim naquela manhã.
Ele estava ao meu lado, caminhando com aquela postura firme, mas senti seus dedos roçando levemente os meus de vez em quando. Cada toque era uma pequena explosão dentro de mim. Quase podia ouvir meu coração batendo em ritmo descompassado.
Quando chegamos ao quarto da minha mãe, ela nos recebeu com um sorriso caloroso, mas o ar entre nós três ficou pesado no instante em que os olhares de Russ e eu se cruzaram. Ela percebeu o que eu estava sentindo antes mesmo de eu conseguir disfarçar.
— Vocês estão juntos? — perguntou, com a voz suave, e curiosa.
Russ, como sempre, não se deixou pegar pela armadilha. Olhou para ela com um olhar controlado e respondeu com outra pergunta:
— Como se sente, Corinne?
Minha mãe sorriu, piscando