Nunca pensei que uma viagem pudesse me atravessar dessa forma. Achei que conhecer a Itália seria como folhear um álbum bonito, cheio de paisagens para colecionar. Mas é muito mais. É como se cada cidade me colocasse diante de um espelho e dissesse: olhe para si, veja o que ainda não ousa enxergar.
Depois de Veneza, Matteo me leva Roma. A cidade respira grandeza. Cada pedra parece carregar histórias de sangue, glória e eternidade. O Coliseu me deixa em silêncio. Matteo fala sobre gladiadores, batalhas, imperadores. Eu só consigo pensar em como a humanidade sempre lutou para provar alguma coisa. Alguns lutavam por sobrevivência, outros por poder. Eu luto contra mim mesma.
— Roma é eterna, — Matteo diz, os olhos brilhando.
No Vaticano, me sinto esmagada pela beleza. A Capela Sistina rouba meu fôlego. Michelangelo pintou o teto deitado, sofrendo, sangrando, mas criando algo imortal. Será que a dor é o preço daquilo que vale a pena? Sinto um arrepio correr pela espinha.
Ao sair,