LUCILE
O carro desliza pelas ruas estreitas, e meu coração lateja com a sensação de estar num filme antigo. O motorista fala em italiano com o guia, que sorri ao me olhar pelo retrovisor.
— Buongiorno, signorina Lucile. — a pronúncia é leve, quase musical.
— Bom dia. — respondo, e ele ri.
— Já sabe um pouco?
— Só o básico: ciao, grazie, arrivederci.
Ele me corrige, repetindo devagar, e logo estou ensaiando os sons novos com um sotaque provavelmente horrível, mas que arranca dele um sorriso encorajador.
— Meu nome é Matteo. — apresenta-se. — E hoje a Itália é toda sua.
Sinto o estômago revirar. Não porque esteja nervosa por viajar sozinha, mas porque, de algum jeito, Russ preparou cada detalhe para que eu não me sentisse sozinha.
Matteo explica o trajeto, alternando entre o italiano e um inglês arrastado que, junto ao meu esforço, dá certo.
— Primeiro, hotel. Depois, pranzo… almoço. Amanhã… trem. Nós viajamos de trem. É o melhor jeito de ver a Itália.
Assinto, te