O corredor do hospital ainda cheira a desinfetante quando chego, mas, pela primeira vez em dias, não sinto aquele nó sufocante na garganta. Talvez seja porque dormi pouco. Talvez porque, mesmo sem dormir, acordei com uma mensagem que ainda arde dentro de mim. Russ. Só três palavras, mas que não saem da minha cabeça.
Respiro fundo, ajeito a bolsa no ombro e entro no quarto da minha mãe.
Ela está recostada na cama, os cabelos presos, mas o rosto agora tem mais cor. As bochechas levemente rosadas, os olhos vivos de novo. Um contraste tão grande da última vez que a vi, que meu peito se expande de alívio.
— Bom dia, querida — ela diz com um sorriso que é metade força, metade amor.
— Bom dia, mãe. — Aproximo-me, seguro a mão dela e sinto que está mais quente. — Você está linda hoje.
Ela ri, baixa os olhos.
— Linda é exagero, mas admito que estou me sentindo melhor.
Suspirando, me sento na poltrona ao lado da cama. O silêncio se acomoda por alguns segundos, confortável, até q