Oliver não dormira. A casa parecia pequena demais para as ideias que giravam em sua cabeça — planos que tinham o cheiro frio de pólvora e a precisão de um relojoeiro. Na manhã em que decidira de fato destruir a máscara de Nathaniel Ashworth, convocou Mr. Howard ao gabinete antes mesmo de o sol aquecer as pedras do pátio.
— Howard — começou, sem rodeios, enquanto fechava a porta atrás de si —, quero que aprenda a arte da despedida... à inglesa.
O criado inclinou-se, mostrava-se calejado pelas milhares de solicitações do seu senhor, mas havia um brilho novo de curiosidade. Conhecia os tiques do Marquês: quando falava assim, não era petição negligente, era um comando com mapa.
— Explicarei em termos que não falhem na frente de um jornal, — disse Oliver, puxando para perto alguns papéis e mapas de Londres. — Ashworth é um bonito teatro. Tem bilhetes, dá lições de francês, sorri em pontos exatos. É evidente que, para coroar seu tipo, ele tem um escritório de fachada, uns negócios que parec