Lucas Gudman, um magnata dos negócios sob forte pressão familiar e da mídia, decide que a solução é um casamento arranjado. Ele contrata uma noiva "online" para um contrato de um ano, com um pagamento milionário, esperando uma farsa discreta e controlada. Do outro lado da cidade, Lina Santos, uma atriz promissora, consegue seu primeiro grande papel como noiva em um filme independente. O problema? Ninguém a avisou que o local de gravação mudou. Vestida para a cena e acreditando estar em um set super realista, Lina entra na igreja errada, direto no casamento de Lucas. Agora, o noivo de mentira e a atriz desavisada estão oficialmente casados. Sem contrato, sem roteiro, e com a imprensa faminta por um escândalo, Lucas e Lina precisam navegar por um casamento relâmpago, repleto de mal-entendidos hilários e uma atração inegável que pode transformar essa farsa em algo muito real. Será que um erro pode ser o destino?
Leer másLucas Gudman, o magnata londrino cujo nome ecoava pelos corredores do poder global, encarava o jornal matinal com desdém. Na capa, letras garrafais berravam: "O Magnata Gudman: Solteiro por Escolha ou Desespero?". Ao lado, a foto calculada de sua mãe, a matriarca Imelda Gudman, exibia um sorriso que Lucas conhecia bem – um misto de escárnio e exasperação. O café, antes quente na xícara de porcelana fina, agora esfriava, assim como sua paciência. A pressão de sua família e da imprensa havia se tornado insuportável.
"Lucas, precisamos de uma solução", a voz de Imelda, mesmo distante, ressoava em sua mente. Era a ladainha semanal. "Seu status de solteiro está afetando a imagem da empresa. Acionistas questionando sua estabilidade, a imprensa especulando sobre sua vida pessoal... É inaceitável para um Gudman."
Ele afrouxou a gravata de seda, soltando um suspiro pesado. Lucas era um arquiteto de impérios, um estrategista implacável. Construíra sua fortuna com racionalidade e controle. Para ele, um casamento não passava de um contrato, uma distração. Sua prioridade era o patrimônio Gudman. Relações emocionais eram complicações desnecessárias. Em casa, o casamento de seus pais era um exemplo de frieza; sua mãe, Imelda, lidava com tudo sozinha enquanto o pai, Sebastian, posava para revistas, colhendo todos os louros. Aquela imagem o perseguia.
Foi sua assistente executiva, a eficiente Srta. Sophia, quem trouxe a luz. Em particular, ela sussurrou a ideia: "Uma atriz, senhor. Contratada pela internet, para viver uma vida de noiva de luxo ao seu lado." Parecia absurdo, mas a lógica de Lucas prevaleceu. Era prático. Um ano. Um milhão e duzentos mil dólares, cem mil por mês. Simples e direto. Uma fachada para acalmar os ânimos, afastar os paparazzi e garantir a imagem impecável da Corporação Gudman. A escolhida, uma mulher discreta e sem histórico, assinaria sob um nome falso, sem deixar rastros legais após o término. Perfeito.
Lucas acatou a ideia de Sophia e iniciou a busca secreta por sua "noiva". Dias se passaram, com conversas e testes com diversas atrizes dispostas a assumir o papel. Nenhuma o agradava intelectual ou fisicamente. Quatro dias de busca infrutífera. Sentado em seu escritório na Gudman's Army Indústrias, ele estava à beira da desistência quando o telefone tocou. Era de Londres.
"Como está meu irmão favorito do Texas?!" A voz era inegavelmente provocativa. Lucas, já irritado com a falta de sucesso em sua busca, respondeu num tom mais áspero que o habitual. "O que você quer? Me ligar a essa hora para dizer que ganhou mais um corcel da Espanha?!" Apesar da irritação, mantinha um respeito velado pelo irmão mais velho.
"Não, Sr. Gudman!", a voz do irmão zombou. "O motivo da minha ligação é para lembrar que em um ano é a festa da nossa avó! Você e sua noiva não faltem!" Ele fez uma pausa dramática. "Ah, esqueci, meu irmão saiu no jornal por não ter equilíbrio entre pessoal e profissional! Irmão, não vai ofuscar as esperanças da vovó de te ver casado, hein!" Com essa última provocação, o irmão desligou, deixando Lucas imerso em seus pensamentos sobre a festa da avó materna.
Naquele mesmo instante, uma notificação de seu "Instagnata" — a rede social exclusiva da elite — piscou. Lucas clicou. Uma foto. Uma loira linda, com uma elegância que exalava inteligência e luxo, parecia ideal para o papel. Eles conversaram a noite toda, se conhecendo para otimizar a "atuação". Lucas propôs o casamento por contrato, especificando o valor final e as "tarefas" mensais da atriz. Ela aceitou, com a condição de um adiantamento de 30% como garantia de sigilo. Acordo selado. Em poucos dias, Lucas Gudman anunciava seu casamento.
A notícia, vinda de um magnata tão recluso, eletrizou a mídia. Lucas Gudman se casaria? Seria um noivado verdadeiro ou uma fachada? Quem seria a mulher capaz de dobrar o enigmático Lucas para o matrimônio? Ela estaria à altura da família Gudman? Perguntas pipocavam em manchetes, programas de fofoca e círculos empresariais.
Vinte e um dias depois, em uma linda manhã, Lucas se levantou na suíte de seu apartamento em Paris. O sol tropical já aquecia as ruas lá fora. Hoje era o dia. Seu casamento. Uma farsa que, ele esperava, finalmente traria a tão desejada paz. A mulher que aguardava na igreja deveria ser profissional, pontual e, acima de tudo, discreta após o término do acordo. Não havia espaço para surpresas.
Do outro lado da cidade das luzes, em um pequeno apartamento alugado que dividia com uma colega de faculdade, Lina Santos girava em frente ao espelho. O vestido de noiva, embora simples, realçava sua silhueta com perfeição. Os cabelos negros estavam presos em um coque elegante, e o batom vermelho dava um toque vibrante à sua boca. Seus olhos brilhavam de excitação.
"Eu não acredito que consegui esse papel!", ela murmurou para si mesma, ajustando o véu. "Noiva, logo de cara! Quem diria que um filme de baixo custo teria um figurino tão impecável?"
Ela ainda se lembrava da ligação da produção, há poucos dias. Um teste rápido, uma confirmação quase imediata. O papel era de uma noiva em uma cena de casamento. Não era Hollywood, mas era um começo. Uma chance de mostrar seu talento depois de anos de formação e de incontáveis "nãos". Sua experiência no teatro a preparara para qualquer desafio, e ela estava pronta para mergulhar no papel.
"O roteiro era bem básico, mas o diretor disse que dava espaço para improviso", Lina pensou, enquanto pegava sua pequena bolsa. "Nem me mandaram o roteiro completo, disseram para eu ir lá e atuar. Que confiança! Adorei a ideia."
Lina se apressou. Não podia se atrasar para sua grande chance. O endereço era uma igreja no centro luxuoso da cidade. Estranho para um filme de baixo custo, mas talvez a produtora tivesse conseguido um patrocínio inesperado. A van de produção deveria estar esperando-a na porta. Ela mal podia esperar para começar a filmar e mostrar ao mundo do que Lina Santos era capaz. Mal sabia ela que o diretor do filme havia mudado o local da gravação ao descobrir sobre o casamento particular do magnata, mas o aviso nunca chegou a seus ouvidos. Preocupada com a demora da van, Lina, com seu último saldo na conta, pediu o carro mais luxuoso disponível no aplicativo para o local designado. Ela não queria chegar atrasada ou de qualquer forma, ainda mais para um papel tão importante.
Ao chegar à rua da igreja, Lina avistou algumas câmeras e flashes, além de um aglomerado de pessoas. "Nossa, que profissionalismo para um filme de baixo custo!", ela pensou, impressionada. "O diretor deve ser um economista, mas um excelente diretor e roteirista! Que qualidade!"
Apertando a pequena bolsa contra o corpo, Lina sentiu o frio na barriga. Aquela era sua grande chance. Não iria interromper as "gravações". Iria entrar atuando. No nervosismo diante das câmeras, dos jornalistas e de todos os convidados — que ela acreditava serem "figurantes de um filme" — acabou deixando a bolsa no carro do aplicativo. Ela saiu do veículo e se postou na entrada da igreja.
A noiva contratada por Lucas, seguindo instruções para criar expectativa, atrasava-se propositalmente. Foi nesse instante, enquanto a porta se abria, que Lina, em seu vestido branco e deslumbrante, pisou no tapete vermelho do corredor da igreja. A Marcha Nupcial começou a tocar, alta e clara. Todos os olhos se voltaram para ela. Uma bela mulher, silhueta perfeita, cabelos negros como a noite, a boca vermelha em contraste com o tom corado naturalmente em seu rosto. Uma noiva estava entrando na igreja. Todos se admiraram com a grandiosa beleza daquela que parecia ser a estrela do evento.
Lucas, parado no altar, sentiu um sobressalto. Não esperava aquela visão. Os cabelos negros, a postura impecável. Sua noiva contratada era loira. Por um instante, a confusão nublou seu raciocínio metódico. "Nossa, essa atriz até pintou os cabelos para combinar com o seu papel", pensou ele, enquanto a melodia da marcha nupcial preenchia o ambiente. "Devo admitir que esse cabelo escuro lhe caiu melhor que o anterior. Realmente, um toque de profissionalismo inesperado."
Lina sorriu, atuando. Pensou: "Uau, que real! A produção realmente caprichou nos figurantes. Eles são muito bons!" Ela prosseguiu seu caminho pelo corredor, passo a passo, em direção ao altar, onde um homem alto e elegante, com uma expressão séria, a aguardava. Seus olhares se encontraram por um breve segundo. Ele a viu, e ela o viu.
Ela não sabia que não se tratava de uma cena, mas de um destino novo e certo.
A voz de Lina, calma e firme, ecoou pelo telefone de Lucas, delineando os novos planos. "Não se preocupe meu amor, o roteiro mudou apenas a peça de ataque, mas a mentalidade será a mesma! Quem irá até sua mãe e Robert, será você! Mas quem vai enfrentar Lady Gudman e Robert Sterling, sou eu, através de você. Você irá no meu lugar? Prometo que te digo cada passo!" Lucas franziu a testa, a preocupação habitual tomando conta dele."Lina, eu não acho correto eu ir e deixar você sozinha. Você ainda está em risco. É perigoso você estar sozinha no hospital com Sophia e Melissa. E se acontecer mais alguma coisa? Minha preocupação e excitação não é com minha mãe ou seu ex, mas com sua segurança!"A voz de Lina o interrompeu, com uma leve pontada de correção. "Lucas, meu amor. Melissa já não está no hospital, ela foi encaminhada para Estocolmo, na Suécia. Helena a acompanhou para cuidar dela. E você não deve se preocupar comigo agora. A cidade está em alerta máximo. O mandante não é burro para a
Matheus irrompeu na cela daquele que atirou em sua amada, o rosto contorcido pela fúria. Com uma corrente pesada nas mãos, um olhar assassino brilhando em seus olhos, ele se jogou sobre o homem, que recuou aterrorizado. A corrente apertou em volta do pescoço do prisioneiro, o ar começando a faltar. Matheus submetendo à força o prisioneiro para que aceitasse seu destino, enquanto o prisioneiro tentava se livrar das correntes que estavam envoltos ao seu pescoço."Matheus! Você não fará isso! Pare agora!" A voz de Lucas, firme e autoritária, ecoou pelo corredor úmido do calabouço. Ele chegou logo atrás, puxando o irmão com força e se colocando na frente do prisioneiro, protegendo-o com o próprio corpo.Matheus, com os olhos injetados de ódio, lutou contra o irmão afim de executar a pena que ele mesmo dava ao prisioneiro. "Esse homem deve pagar com a própria vida pelo que fez! Ele tirou Melissa de mim!"Lucas, segurando-o firmemente em seus braços, respondeu, a voz carregada de razão. "Nã
A notícia da ação judicial contra as Empresas Pégaso, orquestrada por Lady Gudman e Robert Sterling, atingiu Lina como um raio. Uma fúria incontrolável ascendeu em seu peito, um calor familiar de indignação. Não era apenas sobre dinheiro; era sobre o legado suado de seu pai, o suor e o sacrifício que ele havia investido naquele patrimônio. Ela não admitiria que roubassem isso."É inaceitável, Lucas! Inadmissível! Quem vai para resolver, será eu mesma!" Lina bateu o punho levemente na mesa, o som seco ecoando no quarto. "Esse patrimônio é legado do meu pai, é o trabalho da vida dele! Não vou permitir que aquele parasita do Robert e sua mãe, Lucas, toquem em nada da Pégaso!"Lucas, embora admirasse sua determinação, sentiu um calafrio. Sua mãe e Robert Sterling não eram adversários comuns. "Lina, eu me preocupo com você aparecendo na frente deles. Eles são perigosos, ainda mais agora que você está sendo cotada para a coroa..."Lina sorriu, um sorriso calculista, a atriz dentro dela vind
Matheus corria pelo pátio do palácio, os olhos ansiosos vasculhando o refúgio habitual de Melissa. Ele sabia que o pátio era o local que ela sempre ia para relaxar, mas o local estava vazio, e não havia sinais de sua presença recente ali. Uma pontada de preocupação o atingiu, mais forte do que esperava. 'Onde ela estaria? Eu a magoei... Como pude ser tão insensível?' Sua mente fervilhava com a imagem do rosto magoado dela. Enquanto isso, Sophia, com uma intuição mais aguçada e feminina, dirigiu-se aos jardins suspensos. Ela se recordava de Melissa mencionando o amor por aquele lugar, suas flores raras, capazes de "curar um dia mal" e "trazer cor ao que estava preto e branco". E lá estava ela.Melissa estava sentada sozinha, observando uma flor raríssima de pétalas azuis-escuras com detalhes que lembravam a aurora boreal. Nas pontas da flor, o azul era um gradiente quase negro. Sua voz, num tom triste e melancólico, falava com a flor como se ela fosse sua única confidente, um eco de su
A festa no Grande Salão fervilhava, e Lina, com uma atuação digna de aplausos, circulava entre os convidados, um sorriso simpático colado ao rosto, a cordialidade exalando de cada gesto. Cumprimentava a todos com uma gentileza impecável, respondendo a gracejos com um bom humor contagiante. Matheus, recostado em um pilar, observava a cena com um divertimento silencioso. Em seu íntimo, ele sabia que aquela maestria em sociabilidade era pura interpretação. Conhecendo a fúria que Lina guardava por Lucas, a performance era ainda mais impressionante. 'Ela ainda quer esganar o meu irmão, mas ninguém diria ao vê-la assim', pensava ele, um sorriso irônico nos lábios. De repente Melissa se aproxima do príncipe e fitando os olhos em Lina e toda sua graciosidade, sem saber do que Matheus sabia, comenta: "Não são uma graça?! Se ela realmente for a rainha, teremos alguém muito tranquila no trono." Matheus apenas riu de forma sincera, sua risada era pura. Melissa sem entender o motivo de seus risos,
Enquanto Lucas saía com Letícia em seu colo para o jardins suspensos, Lina, ansiosa, procurava por Lucas. Sophia que estava com ela, avistou Lucas, andando de costas, e apontou. "Ali senhora Gudman! Lá está ele." Lina sorriu aliviada, um alívio que se transformou em choque. O sorriso congelou em seus lábios quando ele virou para entrar no caminho do jardim e Lina viu que no colo de Lucas, havia uma mulher! Lina sentiu uma onda de ciúmes e humilhação a invadir. Acreditando estar completamente desmoralizada com aquela situação, Lina saiu discretamente do salão, seguindo Lucas sem ser vista, uma fúria crescente em seu peito. Logo depois chega Adam, um tanto atrasado para a situação que já se desenrolava. Sophia percebendo a movimentação estranha de Lucas com uma mulher em seu colo fica incrédula. Nesse momento, Adam se aproximou de Sophia. "Onde está a senhorita Pégaso?"Sophia, com os olhos arregalados corrigiu Adam "É senhorita Gudman, Adam. Não Pégaso!" Adam retrucou "Ué, eles não são
Último capítulo