O vento frio chicoteava as árvores, e a chuva caía sem piedade, encharcando cada centímetro da propriedade dos Fairweather. Oliver, com o casaco colado ao corpo, permanecia imóvel diante dela, como se a própria tempestade fosse menos avassaladora do que o medo de perder Beatrice.
— Diga alguma coisa — ele implorou, a voz rouca pelo esforço e pela emoção. — Se não me perdoa, se não me quer... ao menos diga que não há nada em meu favor.
Beatrice o fitou em silêncio por alguns instantes que pareceram eternos. A água escorria de seus cabelos, colando-os ao rosto delicado, mas seus olhos estavam mais flamejantes do que qualquer raio que cortasse o céu.
— O que espera que eu diga, milorde? — perguntou enfim, com firmeza. — Que acredito em cada palavra sua? Que fecho os olhos para todas as mentiras, insinuações e cartas malditas que surgem a cada esquina de Londres?
Ele avançou um passo, ignorando a lama que se formava sob suas botas.
— Que me dê uma chance de provar que não sou o homem que