A manhã seguinte ao baile não trouxe a paz que Beatrice desejava. Londres, como sempre, mostrava-se implacável: cada cochicho, cada olhar atravessado, cada linha maliciosamente impressa nas gazetas sociais parecia uma rede pronta a enredá-la.
Mas Beatrice Fairweather tinha aprendido, desde cedo, a erguer o queixo quando o mundo queria vê-la curvada. Se a cidade murmurava, que murmurasse. Se a acusavam de imprudência, que o fizessem. Afinal, não havia nada que pudesse apagar a realidade: era noiva de Oliver Cavendish, o Marquês de Hensley — ainda que o noivado fosse mais uma prisão de convenções do que um laço de ternura.
Ou, ao menos, era o que Beatrice gostava de repetir a si mesma.
Naquela manhã, entretanto, o destino lhe reservava visitas que prometiam testar sua convicção.
O som de cascos de cavalo ecoou pelo pátio da residência da tia Marigold, anunciando a chegada de uma carruagem de linhas sóbrias, mas elegantes. Do interior, desceu lorde Nathaniel Ashworth, tão impecável quant