O sol da manhã mal havia despontado quando Beatrice Fairweather abriu os olhos, ainda enroscada nas finas roupas de cama que adornavam seu quarto na casa da tia-avó. Embora a noite anterior tivesse sido preenchida com os murmúrios dos salões e as expectativas fervilhantes da sociedade, sua mente estava inquieta, não por causa dos rumores, mas pelo que o dia reservava.
Desde o incidente do leque no salão de baile da Condessa de Merivale, Oliver Roderic Llewellyn Lancaster — o Marquês de Hensley — não havia dado trégua. As cartas, bilhetes e pequenos gestos inesperados haviam se tornado uma constante que, embora ela tentasse disfarçar, a mantinham em estado de alerta e curiosidade.
— Será que o libertino tem um plano — pensou Beatrice, — ou isso é apenas outra forma de diversão para ele?
A dúvida lhe acompanhava como uma sombra, misturando-se a uma centelha estranha, um fogo que, por vezes, queimava sua vontade de resistir.
Ao abrir o pequeno armário de madeira entalhada, Beatrice encon