Londres respirava escândalos e boatos com a mesma facilidade com que as carruagens passavam pelas ruas de pedra. Na alta sociedade, onde a aparência valia mais do que a verdade, a reputação era uma moeda frágil, facilmente quebrada e difícil de recuperar.
E ninguém sabia disso melhor do que o Marquês de Hensley.
Desde a infância, Oliver Roderic Llewellyn Lancaster, o jovem herdeiro de um dos títulos mais respeitados da nobreza inglesa, parecia destinado a uma vida de glórias. Porém, sua personalidade inquieta, seus risos altos e a irresistível atração que exercia sobre as mulheres logo se transformaram em um legado menos honroso: o de libertino e escandaloso.
— O marquês é o homem que poderia ter tudo — dizia Lady Penelope, em uma das tardes intermináveis do "Encontro das Senhoritas Dignas" — se não fosse sua mania de provocar.
— Provocar? Ele mais destrói do que provoca — corrigia a prima Charlotte, ajeitando o véu com um sorriso travesso. — Já ouvi histórias de noivas que desaparece