Quando a terra respira nova vida, Montevino sorri.
O amanhecer que cobria Montevino naquele dia não era comum — havia algo nele que parecia pulsar. Uma luz suave, quase dourada, parecia querer tocar cada folha de videira com carinho, como se o próprio sol soubesse que aquele seria um dia que marcaria gerações.
As colinas toscanas, ainda envoltas em névoa, pareciam suspensas no tempo. O orvalho brilhava como pequenas estrelas presas às uvas que começavam a despontar novamente, anunciando um novo ciclo. E, no coração desse cenário tão familiar, porém sempre novo, a família Montevino despertava para um momento que mudaria tudo mais uma vez.
I — A Casa Silenciosa que Esperava um Choro
A grande casa de pedra, que por décadas testemunhou risos, lágrimas e celebrações, amanheceu silenciosa — mas não como nos dias em que a saudade apertava. Era um silêncio de expectativa, de algo prestes a florescer.
No quarto central, iluminado por cortinas brancas que dançavam com o vento, Elena — neta de Ch