O corredor do hospital parecia não ter fim. Frio, silencioso, implacável. As luzes brancas acima piscavam de vez em quando, como se também estivessem cansadas. Catarina e Lorenzo sentaram-se lado a lado em uma fileira de cadeiras duras, o corpo exausto, a alma em frangalhos. Nenhuma palavra foi dita. Apenas o som abafado das orações sussurradas, misturadas ao som ritmado da respiração contida.
Catarina apertava as mãos com força, como se a fé pudesse ser materializada entre os dedos. O medo era um peso constante em seu peito. Isadora sempre fora a irmã mais frágil, mas também a mais forte — aquela que sorria mesmo quando o mundo desabava. Vê-la naquele estado, entre a vida e a morte, a deixava à beira do colapso.
Lorenzo, por sua vez, parecia à deriva. Os olhos estavam vermelhos, as pupilas perdidas em algum ponto no vazio. As lágrimas escorriam discretas, teimosas. As mãos tremiam sem controle. Ele tentava manter a compostura, mas a culpa o corroía por dentro. Aquela dor não era só