O interior da torre da Casa da Névoa era feito de mármore pálido e corredores em espiral que pareciam desafiar a lógica do espaço. As paredes pulsavam levemente, como se respirassem junto aos visitantes. Elena sentia-se envolta em um sussurro contínuo, como se as memórias ali estivessem vivas — e a observassem.
Arien os guiava com passos firmes, os pés descalços tocando o chão com leveza. Havia um silêncio reverente no grupo, interrompido apenas pelo eco suave de seus passos. Até Malrik, sempre cético, parecia hesitar antes de falar.
— O que exatamente são os Sonhos Ancestrais? — ele perguntou, sem conseguir disfarçar o desconforto.
Arien não virou o rosto. — São reflexos do que foi, do que é, e do que ainda poderá ser. Quando tocamos os Sonhos, não viajamos em tempo, mas em essência. Cada um verá o que precisa... ou o que teme.
Kaela olhou para Elena, preocupada. — E se alguém não conseguir retornar?
— Ninguém sai dos Sonhos como entrou — respondeu Arien. — Alguns acordam co