Naquela noite, o sono da Elena, ah, foi bem mais fundo do que qualquer um já viu. O calor da fogueira, o cheiro da terra da caverna, e o silêncio profundo da floresta formaram um casulo, onde o tempo parecia parado, sabe. E quando os olhos, finalmente, se fecharam, ela foi parar em um lugar… nem de sonho, nem de verdade. Ela se viu numa floresta parecida com Valedouro, mas muito mais selvagem, mais vibrante, sabe? As árvores eram gigantes, as folhas prateadas tremeluziam sob a luz da lua cheia, aquela coisa intensa, quase viva. Um círculo de mulheres, no meio da clareira, todas com olhos claros e cabelos longos, enroladas em mantos que voavam como névoa. E cada uma, entoava cantos numa língua que a Elena não entendia, mas que ecoava em seu peito, como se já soubesse. No centro, uma mulher especial, ah, diferente, se destacava, sabe? Alta, imponente, com uma marca na testa, brilhante, o mesmo símbolo em espiral que a Elena tinha encontrado. Ao olhar nos olhos dela, a Elena sentiu
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