O ar dentro da torre parecia ter sido arrancado dos pulmões da terra. Após o desaparecimento da criatura mascarada, o silêncio que se instalou não era apenas ausência de som — era uma presença sufocante, como se a própria realidade hesitasse em continuar.
Elena permaneceu de pé, o Coração do Início ainda em sua mão, agora gélido como pedra exposta ao vazio. Sua respiração era irregular, mas os olhos estavam firmes, buscando respostas em Arien.
— O que foi aquilo? — sussurrou Kaela, sem esconder o tremor na voz.
Arien, pela primeira vez, hesitou. Seu semblante altivo agora parecia mais pálido.
— Aquilo… não deveria ter conseguido atravessar. Aquele ser… é uma ruptura. Uma aberração entre mundos. Alguém — ou algo — está manipulando as linhas dos Sonhos. Forçando entradas. Tentando quebrar as proteções antigas.
— E por que agora? — perguntou Aedan, aproximando-se de Elena. — Será que o despertar do Primeiro Sangue o atraiu?
— Mais do que isso — respondeu Arien. — Vocês o acordaram. E ao