Amber acordou cedo naquela manhã. Havia dormido abraçada à caixa com as cartas da mãe, como se o gesto pudesse prolongar o calor daquelas palavras por mais tempo. A brisa que entrava pela janela dançava suave pelas cortinas, e o sol filtrado anunciava um novo início. Pela primeira vez em anos, Amber sentia algo parecido com paz.
Depois de tomar um café da manhã leve na cozinha com Maria e Benjamin, Amber pegou um caderno e uma caneta. Subiu para o quarto, sentou-se junto à escrivaninha e começou a escrever. Palavras soltas no papel, pensamentos desorganizados, mas um ideal começava a tomar forma:
"Um lugar onde meninas quebradas possam se reconstruir. Onde elas sejam ouvidas, respeitadas. Onde nenhuma Amber precise ter medo de abrir a porta do quarto."
Benjamin entrou devagar no quarto, observando-a com admiração.
- O que você está escrevendo? - perguntou, sentando-se à beirada da cama.
Ela levantou os olhos.
- Um abrigo. Ou pelo menos... a ideia de um. Quero criar um lugar para