O carro cruzou os portões de ferro fundido e parou diante da casa ampla dos Monteiro em Cabaceiras, uma estrutura imponente que parecia ter brotado da terra seca do sertão como um oásis de poder e tradição. Paloma ajeitou a bolsa no colo, os dedos apertando o couro como se fosse uma âncora. Cada linha da arquitetura, cada janela, era uma faca que cortava sua memória.
Ela ainda lembrava com clareza dolorosa da última vez que estivera ali, quando Leliana a atendeu no portão com um sorriso de gelo, tratando-a como uma intrusa, uma caçadora de fortunas. A sensação de não pertencer àquele mundo, o peso dos olhares desconfiados de todos... tudo voltou como uma maré alta. A ironia da situação era amarga na sua boca: agora, ela retornava não como uma pleiteante, mas como a futura mãe do herdeiro dos Monteiro.
O portão de ferro se abriu antes mesmo que César desligasse o motor ou anunciasse sua chegada. Dona Bella surgiu na entrada, uma visão de elegância calorosa e doméstica. Seu vestido de s