Capítulo 81

O restaurante era elegante, com lustres de cristal e mesas cobertas de linho branco. Paloma sentia-se deslocada desde o momento em que César abriu a porta do carro para ela e a conduziu para dentro como se fosse um ato natural. Aquele gesto a fez lembrar de como ele era gentil lá Cabeceiras, e a memória a fez engolir em seco.

Ela ajeitou o vestido florido, sentindo-se vulnerável sob o olhar dele, que parecia absorver cada detalhe como se tivesse todo o direito do mundo de examiná-la.

— Está linda — disse ele, simplesmente, enquanto se acoodavam.

Paloma quase deixou escapar um riso nervoso, mas manteve o queixo erguido.

— Não tente me comprar com elogios.

— Eu não preciso comprar o que já é meu. — Ele disse a frase sem pressa, como se saboreasse cada sílaba.

Ela travou o maxilar, decidida a não permitir que ele tivesse a última palavra.

— Não sou sua propriedade, César.

— Não, mas é minha esposa em breve. E a mãe do meu filho. — Ele inclinou-se sobre a mesa, a voz mais baixa, firme. —
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