O restaurante era elegante, com lustres de cristal e mesas cobertas de linho branco. Paloma sentia-se deslocada desde o momento em que César abriu a porta do carro para ela e a conduziu para dentro como se fosse um ato natural. Aquele gesto a fez lembrar de como ele era gentil lá Cabeceiras, e a memória a fez engolir em seco.
Ela ajeitou o vestido florido, sentindo-se vulnerável sob o olhar dele, que parecia absorver cada detalhe como se tivesse todo o direito do mundo de examiná-la.
— Está linda — disse ele, simplesmente, enquanto se acoodavam.
Paloma quase deixou escapar um riso nervoso, mas manteve o queixo erguido.
— Não tente me comprar com elogios.
— Eu não preciso comprar o que já é meu. — Ele disse a frase sem pressa, como se saboreasse cada sílaba.
Ela travou o maxilar, decidida a não permitir que ele tivesse a última palavra.
— Não sou sua propriedade, César.
— Não, mas é minha esposa em breve. E a mãe do meu filho. — Ele inclinou-se sobre a mesa, a voz mais baixa, firme. —