Paloma se desvencilhou do beijo como se tivesse levado um choque. O peito arfava, o rosto queimava e as pernas tremiam sob o peso de uma fúria que não sabia se era dirigida a ele ou a si mesma.
— Você não tem o direito! — disse, limpando os lábios com o dorso da mão, a voz trêmula de indignação.
César apenas sorriu, aquele sorriso frio, carregado de certeza masculina.
— Tenho todo o direito, Paloma. Você acabou de aceitar se casar comigo.
— Aceitei por obrigação, não por… isso. — As palavras quase engasgaram na garganta. — Não pense que pode me beijar quando quiser.
Ele inclinou a cabeça, divertido.
— Paloma, você tremeu inteira nos meus braços. Não tente fingir que não sentiu nada.
— Eu senti repulsa! — retrucou, mas o rubor nas bochechas a denunciava.
O olhar dele se estreitou, avaliador, como se pudesse ver além da máscara que ela tentava manter.
— Continue repetindo isso para si mesma. Talvez um dia você acredite.
Paloma fechou os olhos, tentando recuperar o controle. A raiva late