César virou-se para a mãe e começou a falar de conhecidos em comum, como se nada tivesse acontecido. Paloma, por dentro, se sentia esmagada. Ele não tinha dito uma única mentira, mas a pausa maliciosa, o jeito de falar… deixava a impressão de que haviam passado a noite juntos, na cama dele. E que ela ficara exausta por motivos muito diferentes de um simples passeio à praia.
Era óbvio que ele fazia aquilo de propósito. Queria atiçar Leliana, divertir-se às custas dela… e humilhar Paloma. O rosto dela ardia, vermelho como brasa.
Bela, por sua vez, mantinha o semblante sereno, conversando despreocupadamente com o filho. Mas Paloma tinha certeza de que, por trás daquele sorriso, a senhora devia estar pensando que ela havia mentido.
Por um instante, teve vontade de interromper a conversa e exigir que César esclarecesse tudo. Mas conteve-se. Ele era capaz de distorcer os fatos e jogá-la ainda mais no ridículo. Melhor o silêncio. Melhor engolir o embaraço e se lembrar de que, provavelmente,