A Sra. Monteiro acompanhou Leliana com o olhar até que a jovem desaparecesse pelo corredor. Seu rosto manteve-se tranquilo, mas Paloma percebeu que aqueles olhos pequenos e vivos estavam avaliando cada detalhe.
— Mora em Cabaceiras, não é? — perguntou então, voltando-se para Paloma com um sorriso aberto.
— Não, vim de São Paulo. — Paloma respondeu, ainda hesitante.
— E o que a trouxe até aqui? — Bela apoiou as mãos no colo, como quem tinha tempo de sobra para ouvir.
Cautelosa no início, Paloma deu algumas informações. Mas o olhar atencioso da senhora a encorajou, e logo as palavras começaram a fluir.
— Vim por causa do meu primo, Charles. Ele faleceu há pouco tempo e deixou um casebre. Era funcionário nas Indústrias Monteiro. Minha tia Cida não tem condições de cuidar das coisas sozinha e me pediu ajuda.
— Que pena. — Bela franziu o cenho com genuína tristeza. — Eram muito chegados?
— Éramos próximos, sim... mas, nos últimos tempos, ele estava muito estranho. — Paloma suspirou. — Obce