No sábado de manhã, Paloma finalmente criou coragem.
Vestiu uma legging preta, uma blusinha roxa que parecia ter escolhido depois de meia hora de indecisão, e saiu de casa como quem ia para um duelo.
Dirigiu o carro com o coração descompassado e, ao estacionar diante da casa de César, teve vontade de dar meia-volta.
Respirou fundo, ajeitou o cabelo no retrovisor e começou a andar pelo caminho de pedras. Cada passo soava como um gongo de execução.
— O que é que eu vou dizer? — murmurava sozinha, quase mordendo o lábio. — “Bom dia, César, por acaso tem um lugar onde eu possa enterrar minha dignidade?”
Foi quando ouviu aquela voz grave, que a fez estremecer.
— Paloma?
Ela girou o corpo tão depressa que quase tropeçou nas próprias pernas.
— Oh! Você... levei um susto.
César estava na porteira da piscina.
Usava apenas uma sunga boxer e uma toalha branca pendia de seu pescoço bronzeado. Gotas d’água brilhavam sobre sua pele e nos cabelos escuros estavam encharcados. Sob o sol forte, mais