Nos dias que se seguiram, o pensamento em César insistia em rondá-la, como uma sombra incômoda que não se dissipava.
E afinal, que diferença faria se ele e a ex-cunhada resolvessem ou não se casar?
Isso não apagava o que ele já havia feito com ela: o pagamento suspeito entregue à tia Cida, o “acidente” que rasgou sua blusa, a prepotência com que a acusara de valorizar mais o dinheiro do que as desculpas. Sem contar aquela “advertência”, que na verdade soara como uma ordem, para que se mantivesse longe de Nicacio.
— É o cúmulo… — murmurou, sentindo a raiva crescer.
Mas então, um frio lhe percorreu o estômago. Talvez o mais provável fosse nunca mais ver César Monteiro.
Na terça-feira, a imobiliária apareceu com um cliente para visitar o casebre.
Paloma, no entanto, seguia imersa na tarefa de esvaziar o lugar das coisas de Charles.
Separou uma pilha de livros e levou até um sebo. Eram títulos de todos os tipos: de estudos sobre indústrias a tratados de geologia, da história da escravidão