Paloma percebeu que, mesmo depois de César tê-la colocado no chão, ainda o segurava pelo pescoço. Soltou-o rapidamente, como se tivesse levado um choque, e deu um passo para trás.
A dor aguda dos espinhos atravessou o pé, fazendo-a prender o fôlego. Só então notou, transtornada, que tinha perdido uma das sandálias na descida.
Um cacho rebelde dos cabelos castanhos caiu-lhe sobre os olhos, e ela o empurrou para trás, nervosa.
— Sua casa? — perguntou, incrédula.
— Sim. O casebre é próximo da minha casa.
— Sinto muito pela invasão — disse, esforçando-se para manter a dignidade. — Se eu soubesse, jamais teria vindo até aqui... o que, por sinal, teria evitado esse acidente.
— Mas aqui estamos. — Um meio sorriso surgiu no rosto dele. — Você parece ter talento para arrumar problemas.
— Costumo ser melhor que isso, Sr. Monteiro. — Ela respirou fundo. — Estou num lugar muito diferente de onde vim...
— Não precisa se explicar. Estou apenas tentando conversar.
— O senhor não é