Capítulo 12

Paloma percebeu que, mesmo depois de César tê-la colocado no chão, ainda o segurava pelo pescoço. Soltou-o rapidamente, como se tivesse levado um choque, e deu um passo para trás.

A dor aguda dos espinhos atravessou o pé, fazendo-a prender o fôlego. Só então notou, transtornada, que tinha perdido uma das sandálias na descida.

Um cacho rebelde dos cabelos castanhos caiu-lhe sobre os olhos, e ela o empurrou para trás, nervosa.

— Sua casa? — perguntou, incrédula.

— Sim. O casebre é próximo da minha casa.

— Sinto muito pela invasão — disse, esforçando-se para manter a dignidade. — Se eu soubesse, jamais teria vindo até aqui... o que, por sinal, teria evitado esse acidente.

— Mas aqui estamos. — Um meio sorriso surgiu no rosto dele. — Você parece ter talento para arrumar problemas.

— Costumo ser melhor que isso, Sr. Monteiro. — Ela respirou fundo. — Estou num lugar muito diferente de onde vim...

— Não precisa se explicar. Estou apenas tentando conversar.

— O senhor não é
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