Paloma soltou uma exclamação abafada, tentando empurrá-lo com as mãos espalmadas contra o peito largo, sólido como pedra. A surpresa e a força do gesto dele a deixaram sem fôlego.
A Sra. Monteiro estava de costas, entretida no pátio, ajeitando alguma coisa sobre a mesa, completamente alheia ao que se passava. Mas Leliana, não. De onde estava sentada, a viúva podia ver cada detalhe da cena, e Paloma sabia disso. A pele de seu rosto queimava como fogo. E César devia saber também. Sabia, e não parecia se importar nem um pouco.
O coração de Paloma disparava, misturando medo, vergonha e uma onda arrebatadora de emoção. Era como se tivesse caído num redemoinho: de um lado, a lucidez que gritava para que se afastasse; do outro, aquela força avassaladora que a puxava cada vez mais para dentro dele.
— César… — murmurou, a voz trêmula, aflita. — Por favor, tem gente olhando!
Ele apenas sorriu. Um sorriso lento, perigoso, quase demoníaco. Um sorriso de homem que sabe exatamente o efeito que prov