Paloma aceitou a carona de volta ao casebre, embora seu coração pedisse para que não aceitasse nada que viesse de César Monteiro. Estava confusa, desarmada, mas a verdade é que, quando ele falava com aquele tom sereno e sorria daquele jeito, ela se esquecia da raiva e só conseguia sentir a força magnética que a atraía para ele.
Despediu-se de Bela com um beijo no rosto, tentando demonstrar gratidão e educação, mesmo que estivesse se sentindo deslocada. Leliana, por sua vez, já havia desaparecido, como uma sombra que preferisse recuar para tramar longe dos olhos. A ausência dela deixou um vazio inquietante no ar.
O caminho até seu pequeno lar foi curto, mas cheio de silêncios carregados. César falava pouco, mas quando falava, eram palavras gentis, quase inesperadas nele. Comentava sobre o sol da tarde, sobre as cores das árvores à beira da estrada, e até sobre a sorte que tivera em não chover. Tudo dito com uma naturalidade desconcertante, como se nada houvesse de errado entre eles.
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